Pero hay algo más grave para nosotros: una visión estratégica que considera que Europa ya no es uno de los actores de la historia. En cambio, Romney sigue encarnando la vieja cultura patricia que hunde sus raíces en la costa noreste de EE UU y, por ende, en el Viejo Continente. Apuesto a que Romney prestaría más atención a Europa; a condición de que para entonces esta se hubiera recuperado. Queda claro que, como ciudadanos, podemos desear la reelección de Obama, pero, como europeos, nos interesa que un republicano moderado le suceda.
No artigo hoje publicado no El País, o antigo director do Le Monde lamenta a mudança estratégica de Obama, de fazer da Ásia-Pacífico uma prioridade de Washington, como ficou claro há dias, com a reforma militar que apresentou, que emagrece o investimento, mas tem como prioridade esta área do globo. Já há umas semanas, o Presidente dos EUA promovera uma reunião no Havai, no qual estabeleceu com 21 Estados-parceiros da Oceânia e Ásia, a maior zona de livre comércio do mundo, num claro desafio à China.
Esta opção de Obama é legítima e necessária para os EUA, tendo em vista a alavancagem da sua economia. O que custa a Jean-Marie Colombani, nas suas palavras, é o facto de os EUA não olharem para a Europa com a mesma atenção com que olham actualmente para a Ásia-Pacífico; algo, no entender do jornalista francês, que um candidato Republicano moderado, como Romney, garantirá.
Ora, Colombani, qual sequaz da lógica ego-francesa do mundo, não quer olhar para o estado da Europa e reconhecer que esta mudança de prioridades dos EUA se prende com o que a Europa anda a fazer e o que vale.
Nós, europeus, estamos em decadência e nada fazemos para inverter este rumo. Pelo contrário, tendemos a acelerar e aumentar os nossos problemas. A economia dos EUA precisa de parceiros fortes e em crescendo, como os da Ásia-Pacífico.
E, ao contrário do que diz Colombani, à Europa, dos candidatos em disputa nesta eleição, interessa bem mais Obama na Casa Branca do que o tal candidato Republicano moderado, pois, como já se percebeu, Romney está exclusivamente centrado nos EUA e esta agenda exclusivamente nacional, como sempre, é prejudicial para a América, pois tende a desconsiderar a dinâmica internacional, cada vez mais preponderante no crescimento de qualquer país.
Mas se dúvidas existem quanto ao interesse do candidato para a Europa, esta frase de Romney diz tudo: Romney says U.S. won't give a dollar to save Europe.
CMC
Nós portugueses, que eu saiba, não votamos nos EUA. O resto são opiniões. E daqui até novembro, muita coisa vai acontecer. Por cá e por lá. Os States procuram os seus interesses e mais nada. A Europa agora não está «na mó de cima».Veremos como tudo evolui até ao verão.
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