segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O factor Irão entra na campanha

Rick Santorum: Obama helping Iran obtain nuclear weapons

Há um factor, imprevisível, ou não tanto, que pode irromper nas eleições norte-americanas: o projecto nuclear iraniano.

O assunto há muito que se arrasta, mas nos últimos tempos tem vindo a ganhar forma a tese, em Tel Aviv, de fazer uma intervenção preventiva no Irão, para travar o projecto nuclear, que, como se percebe, tem tudo menos de pacífico, conforme pretendem apresentar o regime dos aiatolas.

Do ponto de vista dos EUA, ou melhor, da actual Administração, o ideal é não haver qualquer conflito bélico. Por um lado, o país está a viver a ressaca do Iraque, de onde saiu em Dezembro de 2011, e ainda está a pagar a cara factura da presença no Afeganistão, até 2014. Dois conflitos, desencadeados por George W. Bush, que estão a sair muito caros aos EUA.

Quando a economia começa a dar bons sinais e o desemprego está baixar, dada a receita acertada de Obama (oposta à europeia, por isso os EUA crescem e a UE regride), tudo o que Washington não deseja é uma nova guerra. A mesma leitura não tem Israel, que sente, com razão, uma forte ameaça do país dos aiatolas. Razão pela qual Tel Aviv pretende assumir uma intervenção preventiva, no sentido de impossibilitar o vizinho de obter o poderio nuclear, uma séria ameaça ao Estado de Israel.

Perante esta situação, e num clima de campanha, os oponentes de Obama, como Rick Santorum, brincam com a segurança internacional e acusam o Presidente dos EUA de aliado dos aiatolas, como se isso tivesse alguma ponta de credibilidade.

Infelizmente, o conhecimento generalizado da situação do mundo na população norte-americana é pouco e argumentos como os de Santorum bem podem pegar. Antes, Obama era amigo de Bin Laden, agora é aliado dos aiatolas. Tudo vale para denegrir o Presidente dos EUA.

Quanto à situação israelo-iraniana, é bem provável que o confronto suba de tom, pois nos últimos dias, ataques verbais e ameaças não faltam, como a entrada de navios de guerra iranianos no Mediterrâneo oriental.

Obama não quer uma guerra, mas o mesmo não se poderá dizer do Governo de Israel.
CMC

1 comentário:

  1. Qual foi a receita acertada de Obama? Eu não sei, já que eu ainda não o vi fazer nada de jeito neste aspecto. Certamente não deve estar a falar do estimulo à economia em 2009...é que crescimento económico à custa de um aumento exponencial do défice não é grande mérito.

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