domingo, 13 de maio de 2012

Game on



Foi assim que Romney foi apresentado por Mark DeMoss na Liberty University, um bastião evagélico.
A tomada de posição de Obama sobre o casamento gay ajudou, mais do que qualquer endorsement, a união das diversas sensibilidades do partido republicano, em especial dos conservadores sociais. O discurso de Romney nesta universidade era o verdadeiro teste acerca da adesão do eleitorado evangélico à sua plataforma e aparentemente todas as dúvidas foram ultrapassadas. Atacou de frente a diferença de religião - para muitos o seu mormonismo continuava a ser um problema político- e num momento de alguma forma semelhante ao que Obama protagonizou em 2008 sobre as questões da raça nos EUA, clarificou quais os seus valores e de que forma estes influenciariam a sua futura presidência.
Com esta clarificação, tanto de Obama como de Romney, os dados estão lançados e os americanos têm duas alternativas perfeitamente claras. E ambas as clarificações têm leituras de ganhos e perdas políticas. Obama "limitou-se" a ver as sondagens que davam 51% da população dos EUA como favoráveis ao casamento gay e com isso ganhou ainda um grande aumento nos donativos financeiros desta comunidade. Corre porém o risco de colocar em causa as corridas dos democratas moderados em estados politicamente mais à direita, dando de mão beijada lugares no Congresso e ao mesmo tempo pode ter alienado algum eleitorado mais centrista na economia mas mais conservador nos valores. Já Romney federou por completo o partido republicano, deixando de ser o candidato do establishment de Washington para ser um verdadeiro conservador na luta contra um Obama, cada vez mais a fonte de todos os males para este eleitorado.  A energização das bases republicanas vai ser evidente a partir deste momento, bem como a sua capacidade de atracção de financiamento para Romney. Tem como possivel custo eleitoral a perda de eleitores centristas em alguns swing states.
Com este cenário, o jogo está perfeitamente aberto e vamos ter finalmente uma campanha galvanizadora entre dois candidatos que representam duas visões diferentes da sociedade e dois futuros distintos para os EUA.
No meio do furacão político desta última semana, como muito bem refere Alexandre Burmester, as últimas sondagens dão Romney à frente de Obama por 50% contra 43% de prováveis votantes. Parece claro que ainda é muito cedo para estas sondagens terem grande valor, mas se o resultado fosse favorável para Obama com estes valores o que não diria a nossa imprensa e a nossa blogosfera?

Filipe Ferreira

Sem comentários:

Enviar um comentário