quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Romney ganha no Arizona e no Michigan




Depois de uma campanha extremamente disputada no Michigan, Mitt Romney conseguiu finalmente cantar vitória. Num estado que à partida todos davam como seguro para Romney, relembre-se que este tinha ganho a McCain em 2008 por 10%, verificou-se uma disputa muito renhida. Até aos últimos dias foi Rick Santorum que tinha liderado as sondagens, embalado pelas suas últimas vitórias. É certo que a disparidade de recursos alocados por Romney foi esmagadora, mas no fim da linha, este ganhou e está agora embalado para uma Super Tuesday que pode sentenciar a campanha republicana ou, pelo contrario, pode relançá-la. Estou muito curioso para ver como se comporta Gingrich nos estados do Sul. No entretanto, Obama e os democratas vão fazendo o seu caminho...

O futuro de Rick Santorum?


Tendo em conta a campanha e causas de Rick Santorum, este cartoon diz muito das suas lutas e de qual pode ser a sua futura missão.
CMC

A campanha Republicana



Um cartoon que diz melhor do que muitas palavras o estado da campanha Republicana.
CMC

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Romney admite erros

Mr. Romney said he had made “some mistakes

É sempre um bom sinal, quando se tem noção dos próprios erros e Romney começa a perceber, perante a inesperada mas já forte candidatura de Rick Santorum, que tem cometido erros que lhe têm prejudicado.
As eleições de hoje, Arizona e Michigan, são um teste, em especial Michigan, onde a vitória não é certa e é o Estado onde o candidato nasceu e o seu pai foi Governador há 50 anos.

Vale a pena ter em consideração o Arizona, pois é um dos Estados alvo dos Democratas nesta eleição. Obama não conquistou o Estado em 2008, devido ao seu oponente, John McCain, Senador por este Estado há décadas, mas a hipótese de conquistar este ano é forte. Por isso, uma vitória de Romney, hoje, é importante para batalhar por este Estado. No Michigan, os Democratas levam a melhor desde 1988.
CMC

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A radicalização dos Republicanos


Jeb Bush é um dos nomes Republicanos mais respeitados e populares no meio conservador. Chegou-se a falar como um possível candidato a Vice-Presidente, nesta corrida, mas o ex-Governador da Flórida afastou-se.

Nesta semana esteve no Texas e disse coisas muito óbvias quanto às primárias do seu partido.
CMC

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Debate GOP Arizona




Os recentes números colocam Santorum como o republicano mais bem posicionado para defrontar Obama em Novembro. Apesar dos montantes astronómicos gastos por Romney em anúncios a atacar Santorum, este tem aguentado bem o impacto, ao contrário do que aconteceu com Gingrich.
Mas ser o frontrunner tem os seus custos... No debate de ontem à noite, no Arizona, Santorum foi completamente massacrado pelos restantes candidatos, especialmente no que diz respeito ao seu track record em assuntos fiscais e orçamentais. O público do Arizona foi particularmente hostil a Santorum e estava claramente do lado de Romney. A pouco tempo de eleições no Arizona e no Michigan, vamos ver se este sprint final de Romney dá resultado ou se Santorum confirma o seu recente favoritismo. Para que conste, continuo a acreditar que Romney irá ser o escolhido para defrontar Obama. Qualquer outra escolha será um suicidio político por parte do GOP.

Filipe Ferreira

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O factor Irão entra na campanha

Rick Santorum: Obama helping Iran obtain nuclear weapons

Há um factor, imprevisível, ou não tanto, que pode irromper nas eleições norte-americanas: o projecto nuclear iraniano.

O assunto há muito que se arrasta, mas nos últimos tempos tem vindo a ganhar forma a tese, em Tel Aviv, de fazer uma intervenção preventiva no Irão, para travar o projecto nuclear, que, como se percebe, tem tudo menos de pacífico, conforme pretendem apresentar o regime dos aiatolas.

Do ponto de vista dos EUA, ou melhor, da actual Administração, o ideal é não haver qualquer conflito bélico. Por um lado, o país está a viver a ressaca do Iraque, de onde saiu em Dezembro de 2011, e ainda está a pagar a cara factura da presença no Afeganistão, até 2014. Dois conflitos, desencadeados por George W. Bush, que estão a sair muito caros aos EUA.

Quando a economia começa a dar bons sinais e o desemprego está baixar, dada a receita acertada de Obama (oposta à europeia, por isso os EUA crescem e a UE regride), tudo o que Washington não deseja é uma nova guerra. A mesma leitura não tem Israel, que sente, com razão, uma forte ameaça do país dos aiatolas. Razão pela qual Tel Aviv pretende assumir uma intervenção preventiva, no sentido de impossibilitar o vizinho de obter o poderio nuclear, uma séria ameaça ao Estado de Israel.

Perante esta situação, e num clima de campanha, os oponentes de Obama, como Rick Santorum, brincam com a segurança internacional e acusam o Presidente dos EUA de aliado dos aiatolas, como se isso tivesse alguma ponta de credibilidade.

Infelizmente, o conhecimento generalizado da situação do mundo na população norte-americana é pouco e argumentos como os de Santorum bem podem pegar. Antes, Obama era amigo de Bin Laden, agora é aliado dos aiatolas. Tudo vale para denegrir o Presidente dos EUA.

Quanto à situação israelo-iraniana, é bem provável que o confronto suba de tom, pois nos últimos dias, ataques verbais e ameaças não faltam, como a entrada de navios de guerra iranianos no Mediterrâneo oriental.

Obama não quer uma guerra, mas o mesmo não se poderá dizer do Governo de Israel.
CMC

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A disponibilidade de Palin

'I would do whatever I could to help,' Palin said.

A antiga Governadora do Alaska manifesta total disponibilidade para ajudar os Republicanos a sair de uma Convenção, em Agosto, que pode estar dividida. Ou seja, Sarah Palin, sem mexer uma palha, manifesta disponibilidade para ser a nomeada do partido e ser a adversária de Obama.
CMC

Bons sinais para Obama

O Filipe destaca o empate, nas sondagens, entre Santorum e Romney. Apesar de Romney continuar a ser o candidato mais forte, Santorum subiu nas últimas semanas e bem pode ter condições para bater Romney, quando menos se previa.

Pessoalmente, como referi em posts anteriores, pensei que a corrida teria terminado no fim de Janeiro, na Flórida. Enganei-me redondamente, apesar de continuar a considerar a vitória de Romney.

Apesar de ser uma corrida morna, e nada comparável à disputa Democrata de 2008, com candidatos fortes e mobilizadores, ao contrário das actuais candidaturas Republicanas, não se pode negar que estas primárias do GOP estão a ser uma grande surpresa. Quando se espera ter encontrado um vencedor, a semana seguinte desmente esse prognóstico.

Todavia, a cada dia que passa, constata-se a fragilidade das candidaturas Republicanas. Cada candidato só consegue agradar parte do eleitorado conservador e nenhuma demonstra ser unificadora, como foi a de Obama, apesar das grandes rivalidades no campo Democrata há quatro anos

Em suma, esta disputa Republicana é mais um bom sinal para Obama, a par da melhoria económica e recuperação de postos de trabalho nos EUA.
CMC

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Romney/Santorum: empate técnico



As últimas vitórias de Santorum foram realmente importantes para a mudança da dinâmica das primárias republicanas. Quando tudo apontava para que Gingrich fosse o principal adversário de Romney, até pela sua excelente vitória na Carolina do Sul, Santorum apostou forte em três estados pouco mediáticos como o Minnesota, Missouri e o Colorado e ganhou-os. Nos últimos dias duas sondagens deram um empate técnico entre Romney e Santorum a nível nacional, embora em delegados o ex-governador do Massachussets leve a dianteira. A pergunta que agora se impõe é a seguinte: este é mais um candidato anti-Romney que sobe e desce de acordo com a prestação do seu oponente ou estamos a ver um verdadeiro candidato, que vale por si? No meio deste turbilhão republicano, os números de Obama continuam sólidos e com as dúvidas que os republicanos têm sobre Romney, não estou a ver Santorum e Gingrich a terem sequer hipóteses de desafiar Obama em Novembro.

Filipe Ferreira

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Chuck Norris volta a atacar

Chuck Norris volta à arena para manifestar apoio a Gingricht, o candidato conservador, ao contrário de Santorum, considerado um "apoiante" de Romney, conforme realça na carta publicada no site de Newt Gingrich:

CMC

Chávez e Ahmadinejad podem ser "arma" dos Republicanos

Latinoamérica rara vez aparece como un tema importante en los debates presidenciales de EE UU, pero todo parece indicar que esta vez lo hará, por un motivo del que poco se hablaba hasta ahora: la conexión iraní.

El aspirante republicano Mitt Romney y los líderes republicanos en el Congreso están incrementando sus ataques contra el presidente Barack Obama, alegando que no está haciendo lo suficiente para detener lo que consideran una ofensiva de Irán para usar Latinoamérica como plataforma de lanzamiento de ataques terroristas contra Estados Unidos.

A tese é rebuscada, mas pode pegar. Veremos se os Republicanos fazem da dupla Ahmadinejad/Chávez um ataque a Obama.
CMC

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Romney ganha no Maine




Apesar do relativo pouco valor do Maine, não deixa de ser positivo para Romney esta vitória, à justa, sobre Ron Paul. Romney só decidiu fazer campanha neste pequeno estado depois das suas derrotas da semana passada para Santorum. Esta tentativa de reganhar momentum é uma prova de que Romney teve de adaptar a sua estrategia, mostrando a sua face mais conservadora. As suas últimas intervenções apontam para o endurecimento do seu discurso, o que pode funcionar para a base republicana mas não para os restantes eleitores. Um ticket republicano com um candidato com discurso moderado e um vp com discurso conservador pode ganhar as eleições, mas os dois com o mesmo discurso conservador... tenho as minhas dúvidas.

Filipe Ferreira


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Santorum em alta - GOP em baixa?



Como o Carlos já tinha afirmado, as recentes vitórias de Santorum e a aparente queda nos números de Gingrich alteraram o panorama das primárias republicanas. Os fracos resultados do frontrunner Romney em estados mais conservadores vão inevitavelmente ter como resultado uma viragem à direita, ganhando mais relevância assuntos ligados à chamada direita dos valores. Isso é muito mau para Romney, mas acima de tudo para os republicanos que vão ter de enfrentar um Obama a subir nas sondagens, ajudado por indicadores económicos que dão sinais de melhorias.
A grande força de Romney sempre foi o seu apelo a eleitores moderados e independentes, O seu perfil de homem de negócios que vai endireitar a economia era um grande trunfo contra o aparente insucesso das Obamanomics que não impediram o aumento do número de desempregados nos EUA. Os resultados nas últimas três primárias vieram provar que a base republicana não está convencida das credenciais conservadoras de Romney, e que desejam que na campanha sejam abordados assuntos que vão desde o aborto até à religião. E é aqui que Santorum está no seu elemento natural...
Romney, como se provou nos últimos dias no CPAC 2012, tem de virar à direita e provar que é tão ou mais conservador de que os outros candidatos. Pode até ser que para as primárias republicanas esta estratégia resulte, ainda para mais sendo o candidato com uma melhor organização e com mais fundos, mas estas acções terão consequências. Neste período crítico para a definição dos candidatos a nível nacional, Romney já não será mais um pragmático homem de negócios republicano que vai curar a economia, mas será mais um candidato do GOP com uma plataforma conservadora, e isso assusta os moderados e os independentes.
Esta viragem na campanha não me parece boa para o GOP. Veremos...

Filipe Ferreira

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Santorum ganha na ala mais conservadora


Rick Santorum teve uma terça-feira perfeita. Ganhou as três eleições em disputa (Colorado, Minnesota e Missouri), face a resultados muito fracos de Mitt Romney e de Newt Gingrich.

Se Gingrich parece ter perdido o fôlego, (re)conquistado na vitória da Carolina do Sul (21 de Janeiro), depois desbaratado na Flórida (31 de Janeiro), Romney volta a demonstrar que não entra no eleitorado mais conservador.

A campanha suja da Flórida parece ter deixado marcas e o candidato que mais lutou para se demarcar desse tipo de campanha foi Santorum. Beneficiou e está a procurar surgir, depois do declínio de Gingrich, como o grande candidato Conservador, face ao candidato com contornos mais liberais de Romney.

Santorum teve a infelicidade de não ter sido dado como vencedor no Iowa, vitória reconhecida dias depois do caucus, e a sensação de triunfo de Romney na primeira eleição acabou por o projectar. Agora, Santorum corre atrás do prejuízo, da primeira imagem, de vencedor. No entanto, Romney continua a ser o grande favorito, mas quanto mais se avança nas primárias Republicanas, menos Obama é o alvo, o que permite ao Presidente fazer o seu percurso à vontade, e os candidatos republicanos apresentam as suas fragilidades e qualquer um dos concorrentes evidencia não conseguir recolher um entusiasmo consensual no eleitorado Republicano.
CMC

Uma publicidade muito política



Este anúncio da Chrysler apareceu no intervalo do Super Bowl, de dia 5 de Fevereiro, e foi visto por milhões de norte-americanos.

O spot, feito para sair no intervalo, acaba por transmitir, entre linhas, um comentário político, que rapidamente se associa a Obama, que está a meio do seu mandato e o rumo feito não deve ser interrompido, para não provocar a regressão. As frases expressas têm o cuidado de destacar o momento de recuperação.

Não menos curioso é o actor escolhido para interpretar o papel, o famoso realizador e actor Clint Eastwood, conhecido por ser dos poucos nomes de Hollywood com uma tendência Republicana, quando a grande maioria é Democrata.

Convenhamos que não haveria melhor "apoio" a Obama do que este spot publicitário.
CMC

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Até 6 de Março

As primárias Republicanas de hoje, como as restantes quatro, até à super-Terça, de 6 de Março, serão para cumprir calendário.

De qualquer modo, e apesar de considerar que a corrida ficou decidida na Flórida, vai correr muita água e um deslize pode provocar alterações na campanha. Entretanto, há um factor que a partir de hoje pode entrar na campanha: a situação síria, com os EUA a equacionar uma ajuda/intervenção.
CMC

Santorum dispara em todas as direcções


Depois da eleição da Carolina do Sul, Rick Santorum parecia estar próximo de Newt Gingrich. Bastou a campanha suja da Flórida para Santorum se afastar e, agora, os principais candidatos Republicanos e Obama são o alvo do candidato mais conservador de todos.
CMC

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Romney coloca Obama em xeque






Mitt Romney não precisou de esperar muito para partir para o ataque a Obama. Com a vitória no Nevada garantida muito facilmente, Romney aproveitou o discurso de vitória para cortar o momentum de Obama na economia. Os recentes números do desemprego e da produção industrial foram encarados como trunfos na recuperação da imagem de Obama, colocando directamente em causa a estratégia de Romney e do estado-maior do GOP que é: economia, economia e economia.
Com este discurso apontado directamente a Obama, Romney mostra que sabe qual é a direcção que quer para a sua campanha caso seja o nomeado republicano, mas acima de tudo demonstra que está sintonizado com a maioria do país que ainda sofre diariamente os efeitos de uma crise que não poupa ninguém.
Filipe Ferreira

Nevada: um dos Estados decisivos

Como chama a atenção este gráfico, apresentado na cobertura da eleição primária Republicana do Nevada do The New York Times, o estado do Estado do Nevada é bem diferente hoje do que era há quatro anos.
 
Em 2008, Obama ganhou o Nevada a John McCain (55% / 43%), mas os Democratas sabem, pelo estado do desemprego, que apesar de estar a baixar, está quase o triplo de 2008, a vitória não será nada fácil. Se a esta realidade laboral juntarmos o facto do candidato Republicano ser Romney, um mormon. num Estado com uma grande comunidade desta fé, as dificuldades são acrescidas.

Este será um dos Estados em destaque.
CMC

Esta é uma eleição económica


A criação de emprego e o crescimento económico são os grandes aliados da candidatura de Obama e o desemprego e o mau comportamento económico os seus mais ferozes adversários.

Ao contrário da eleição de 2004, em que o patriotismo estava em destaque, esta eleição tem muito a ver com a situação de 1992, a economia.

Para já, a situação é favorável a Obama.
CMC

Romney arrasa no Nevada

O Nevada é um Estado com uma comunidade mormon significativa, mas não é só por esta razão que Romney ganha a eleição de hoje, praticamente em todas as frentes.

O triunfo da Flórida foi um impulso importante para o antigo Governador do Masschussetts. Isso deve ser confirmado nas primárias de terça (decorrem no Colorado, Minnesota e Missouri).
CMC

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

EUA irão retirar do Afeganistão em 2013?


Uma das vozes mais respeitadas da administração Obama, o actual secretário da defesa Leon Panetta, afirmou que as missões de combate das tropas dos EUA no Afeganistão deverão ter o seu fim em meados de 2013. Este anúncio poderá ser um balão de oxigénio para Obama que precisa com urgência de aumentar os seus números junto dos eleitores independentes. Caso se confirme a nomeação republicana de Romney, este será uma luta sem quartel, pois este é o único republicano em condições de disputar este eleitorado que poderá decidir as eleições.

Filipe Ferreira

Romney sem preocupações com os muito pobres


Mitt Romney: "No me preocupan los muy pobres"

Rico candidato Republicano, sem preocupações com os muito pobres dos EUA, porque já têm uma rede de assistência. Caso para perguntar, where is the american dream Mr. Romney?
CMC

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma batalha que favorece Obama

Num post anterior referi que se a vitória de Romney fosse superior a 10% na Flórida, acabou por ser de praticamente 15%, este conquistaria a corrida Republicana.

Mas a noite de ontem ainda não significou a rendição de Gingrich, nem dos outros candidatos, ou seja, o fim das primárias, com o vencedor reconhecido por todos.

Paul é um caso à parte. Faz da campanha uma oportunidade para projectar as suas ideias. Santorum - que nem fez grande campanha na Flórida e teve a infelicidade de uma das filhas apanhar pneumonia, afastando-o naturalmente da campanha -,  na noite da eleição da Carolina do Sul estendera o tapete a Gingrich, como o candidato conservador, todavia, ontem, no rescaldo da eleição, acabou, entre linhas, por condenar o antigo Speaker, por ter falhado a conquista da Flórida, onde chegou a ser o favorito, ao mesmo tempo que lamentou a campanha suja que se desenvolveu. Santorum não teve um péssimo resultado, mas não foi muito famoso.

O grande derrotado da noite acabou por ser Gingrich. Saído fortalecido da Carolina do Sul, apresentava-se como o favorito na Flórida, mas uma série de erros, desde o investimento na Lua, onde deseja estabelecer o 51º Estado dos EUA, à campanha suja que fez contra Romney, este também respondeu na mesma moeda, o Speaker foi derrotado em todas as frentes. Perdeu no voto feminino, no voto hispânico, apenas cativou o eleitorado evangélico, no qual também acabou por ganhar a Romney, mas por pouca margem.

Romney, que tinha um teste de fogo, ganhou em todas as frentes e terminou a noite com um discurso de unidade Republicana para combater Obama. Unidade que não foi defendida por Gingrich, que diz manter-se na corrida até ao fim, chegando o lema da noite ser "46 States to go", como quem diz, estou cá até ao fim. Percebe-se que o seu grande objectivo é chegar à eleição do Texas, em 3 de Abril, onde se joga a eleição de 150 delegados e Gingrich espera que o apoio dado por Rick Perry, Governador do Estado, seja determinante. Todavia, antes do grande Estado do Sul, ainda tem 25 eleições, nas quais Romney tem grande vantagem.

Está visto que os quatro candidatos vão continuar a campanha mais umas semanas. Não querem interpretar o resultado expressivo de ontem e este erro acabará por beneficiar, para já, os Democratas, pois Gingrich está ferido de morte e a sua campanha suja deve continuar, mais com um sentido de vingança do que de conquista, no sentido de manchar o nome de Romney. O ex-Governador do Massachusetts, entretanto, deve mudar o sentido da sua campanha e regressar à antiga estratégia, falar mais para Obama do que para os seus adversários internos. Veremos até quando durará umas primárias que, no meu entender, ficaram decididas ontem. Sábado há mais, no Nevada.

Há quatro anos, após o péssimo resultado na Flórida, Giuliani, o hiper-favorito antes das sondagens, soube entender o que as urnas do Estado mais representativo da diversidade dos EUA quis dizer nas urnas.
CMC