sábado, 31 de dezembro de 2011

Santorum sobe no momento decisivo


Se é óbvio que os candidatos Republicanos não são os mais entusiasmantes, não se pode negar a disputa calorosa existente nestas primárias, com vários candidatos a terem o seu momento de destaque. E não têm sido poucos (Bachmann, Perry, Cain, Gingrich, Paul).

A três dias da primeira eleição, no Iowa, o até agora discreto ex-Senador da Pensilvânia, Rick Santorum, começa a destacar-se. Para já, as sondagens indicam um terceiro lugar, no Iowa.

O momento decisivo é agora e as eleições de Janeiro serão determinantes. Santorum é um nome a ter em consideração, nesta eleição, pode dar um número dois, ou na de 2016. Os seus resultados de Janeiro podem ser clarificadores.
CMC

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Uma grande dupla para 2012


Ainda é cedo para saber se Obama quer reconduzir Joe Biden como número dois, mas é certo que a candidatura Democrata de 2012 seria bem mais forte com a dupla Obama/Hillary.

Aliás, a escolha do candidato a Vice-Presidente continua a subir de importância, pois a pessoa que acompanha o candidato à chefia do Estado pode colmatar lacunas, sejam elas de género, origem ou cultura.
CMC

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Obama é a única causa do Tea Party



But Republican primary voters, including those in the Tea Party, want to win the 2012 general election. As one Tea Partier told us, Romney is “not quite conservative enough – but we have to get Obama out.” They will overlook past heresies, even “RomneyCare,” in a candidate they believe can win the general election.

O Tea Party é um movimento que emerge devido à eleição de Barack Obama, em 2008, e está cheio de contradições, como o artigo referido assinala. Mesmo assim, o Tea Party conta com uma assinalável preponderância no núcleo tradicional do eleitorado Republicano e, como a causa do seu aparecimento indica, o cimento que consolida a sua motivação é Obama.

Mesmo não tendo nenhum candidato como grande referência, uma coisa é óbvia: o Tea Party e a sua verve desprovida de realidade, como o facto de considerar a actual Administração como comunista, vão fazer-se sentir nesta eleição e a luta contra Obama, mesmo que não simpatizem muito com o candidato Republicano, como é o caso de Mitt Romney, o ódio (a palavra é mesmo esta) que têm ao Presidente dos EUA é tão grande que continuará a ser o motivo da existência deste grupo radical.
CMC

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Gingrich elogiou Romney...em 2006


We knew that Newt Gingrich once supported an individual mandate for purchase of health insurance, a major part of President Obama's health care plan as well as the one that Mitt Romney instituted as governor of Massachusetts. Now we find that Gingrich once praised the Romney health care plan as well

E a sorte voltou a sorrir a Romney. A principal razão das criticas republicanas ao seu percurso politico reside na instituição de um serviço de saúde no estado onde era governador, o Massachusetts. Para muitos republicanos, o tão odiado Obamacare foi baseado no modelo de Romney, sendo por isso muito dificil o apoio ao candidato republicano. Este facto fez com que os restantes candidatos confrontassem Romney com a sua falta de credenciais conservadoras. As declarações de Gingrich são mais um abalo na sua campanha e dão alento a Romney.

Filipe Ferreira

Obama a subir



No meio da confusão que estão a ser as primárias republicanas, com nenhum candidato a destacar-se claramente e com fortes ataques entre eles, Barack Obama vai melhorando os seus números. A última Gallup tracking poll mostra que pela primeira vez desde o verão, Barack Obama consegue ter mais pessoas a aprovarem o seu trabalho (47%) do que a desaprovarem (45%). Boas notícias para os democratas.

Filipe Ferreira

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Joe Biden ataca Romney


O estado-maior democrata já terá interiorizado que Romney, com mais ou menos esforço, alcançará a nomeação republicana para as presidenciais de 2012. Já não é a primeira vez que altos quadros do Partido Democrata atacam Mitt Romney, poupando os outros candidatos. Importante neste momento é a escolha do Vice-presidente Joe Biden para desferir um violento ataque a Romney, o que paradoxalmente pode ser uma importante ajuda para este, dando credibilidade à sua narrativa de que é o único candidato republicano capaz de derrotar Obama.

Filipe Ferreira

George Bush "41" apoia Romney




Com a mais recente sondagem a dar a dianteira a Romney no Iowa, este apoio de peso de um ex-presidente vem sedimentar a sua credibilidade e elegibilidade. A campanha negativa contra Gingrich, patrocinada em larga parte por um super-PAC proximo a Romney, mostrou-se muito eficaz e mortifera: Sera Ron Paul o proximo anti-Romney?

Filipe Ferreira

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Gingrich volta a pendurar-se em Reagan


Agora que entrou em queda rápida, Newt Gingrich volta a sacar da sua referência política: Ronal Reagan, um nome caro a qualquer Republicano. Últimos trunfos, senão mesmo o derradeiro trunfo do antigo Speaker.
CMC

O Nader "republicano" de 2012?

Ainda é cedo para saber se Gary Johnson, antigo Governador Republicano do Estado do Novo México, vai causar mossa, uma vez que está à beira de abdicar da corrida do GOP, no qual apenas se apresenta em alguns Estados, nestas primárias, e sem qualquer expressão, para apresentar-se como o candidato do Partido Libertário.

Johnson sente-se marginalizado pela máquina do GOP e aposta em ser o primeiro candidato do Partido Libertário a ganhar uma eleição num Estado, no caso, o Novo México - um estado crucial, uma vez que é um swing state (neste Estado, Al Gore ganhou a W. Bush em 2000; W. Bush ganhou a Kerry em 2004; Obama ganhou a McCain em 2008).

E esta candidatura, por uma formação sem grande expressão pode revelar-se comprometedora na decisão final, pois já se percebeu que o vencedor das eleições de 2012 não obterá grande folga, razão pela qual todos os votos contam, em especial em Estados em que não há um vencedor antecipado.

Se dúvidas houvessem quanto ao perigo deste tipo de candidatura, no caso para os Republicanos, basta recordar como Ralph Nader, em 2000, pelo Partido Verde, foi fatal para as aspirações de Al Gore, que perdeu por escassa margem na Florida e, assim, permitiu o triunfo de George W. Bush.
CMC

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

As posições vergonhosas de Ron Paul

A 1992 passage from the Ron Paul Political Report about the Los Angeles riots read, “Order was only restored in L.A. when it came time for the blacks to pick up their welfare checks.” A passage in another newsletter asserted that people with AIDS should not be allowed to eat in restaurants because “AIDS can be transmitted by saliva”; in 1990 one of his publications criticized Ronald Reagan for having gone along with the creation of the federal holiday honoring the Rev. Dr. Martin Luther King Jr., which it called “Hate Whitey Day.”

A campanha de Ron Paul gosta muito de atacar os demais candidatos, mas como diria Cristo, quem nunca pecou que atire a primeira pedra. E Pol tem bastantes pecados.
CMC

Newt Gingrich: Momento de prestar contas



A acusação por parte da SEC (Securities and Exchange Comission) de seis administradores da Fannie Mae e Freddie Mac veio conferir ainda mais complexidade às primárias republicanas. A ligação de Newt Gingrich a estas empresas, que muitos acreditam estarem na origem da crise de 2008, está a ser escalpelizada pelos media e veio colocar este candidato à defesa. Como o Carlos Manuel Castro já tinha referido, os últimos dados tinham mostrado que Newt Gingrich estava em queda nas sondagens, mas esta ligação a um dos maiores escândalos financeiros dos EUA veio tornar a sua campanha ainda mais fragilizada. Se Newt Gingrich se deixar ultrapassar por Ron Paul no Iowa e por Mitt Romney no New Hampshire, as primárias da Carolina do Sul serão decisivas para a sua continuidade. No entretanto, Mitt Romney continua a somar apoios neste estado do Sul.

Filipe Ferreira

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Paul, um sniper ou uma lebre de Romney?

Vídeo Dezembro

Este vídeo é um ataque feroz a um concorrente directo e a campanha de Paul disparou forte em Gingrich. Não há complacência. É um estilo de campanha muito próprio dos EUA. O candidato não apresenta as suas causas, aponta os podres do concorrente.

Vídeo de Outubro

É evidente que a campanha de Ron Paul já adoptara este estilo de ataque aos outros candidatos. A linha é a mesma, como este vídeo de Outubro demonstra. Porém, à medida que há desistências, e Paul não desiste até a campanha terminar, pois os seus ganhos de imagem, e não só, registam-se neste período das primárias, aponta directamente ao adversário directo, no caso do Iowa: Gingrich.

Dir-se-á: Paul não está ao serviço de Romney. Com certeza. E dentro de umas semanas até deverá dedicar um vídeo deste género a Romney, mas neste momento, para refrear o ímpeto de Gingrich, Paul foi o melhor sniper do ex-Governador do Massachusetts. E pode ter sido letal.
CMC

Paul passa para a frente no Iowa e Gingrich cai a pique

The Public Policy Polling telephone survey of 597 likely Republican caucus voters in Iowa found Paul, a congressman from Texas, leading with 23 percent of the vote, followed by 20 percent for former MassachusettsGovernor Mitt Romney and 14 percent for Gingrich.


"Newt Gingrich's campaign is rapidly imploding and Gingrich has now seen a big drop in his Iowa standing two weeks in a row," the polling firm, which is affiliated with the Democratic Party, said in a statement.

Estas primárias Republicanas estão a ser uma verdadeira ceifeira de candidatos antes de qualquer opção. O experiente Gingrich, que esteve em ascensão até há uma semana, de um momento para o outro, e depois de uns ataques à sua vida privada (casou-se três vezes), ao mesmo tempo que o Partido não apreciava a sua subida, pelo risco que representa para o GOP (candidato incontrolável), encontra-se em queda livre. Já o surpreendente Herman Cain também caiu, e desistiu, por questões da sua vida pessoal (alegado assédio sexual).

No Iowa, onde Newt era vencedor inquestionável, passa, de acordo com a recente sondagem, a derrotado claro. Ron Paul, o candidato exótico - o homem tanto tem propostas de agrado aos grandes capitalistas como aos contestatários de Wall Street -, passa para a frente no caucus de 3 de Janeiro.

Para já, além de ser um triunfo de Paul, é uma boa notícia para Romney, que continua, apesar de todas estes acontecimentos, a ser o candidato com mais força. A ver o que se passa nos próximos dias, mas hoje passei a ter uma interpretação igual à do Filipe Ferreira e do Nuno, Romney é o candidato mais forte.

Apesar de serem figuras pouco entusiasmantes, não se pode negar a vivacidade desta disputa, ainda que o ânimo da corrida não seja, sempre, pelas opções políticas mas devido aos trajectos pessoais.
CMC

domingo, 18 de dezembro de 2011

Regras para amar

For GOP presidential candidates, rules to love by

Newt Gingrich has surged to the top of most polls in the race for the GOP presidential nomination, despite being married three times — once more than President Obama and Mitt Romney combined. Herman Cain’s campaign, meanwhile, stumbled after allegations of sexual misconduct and crashed and burned after allegations of infidelity.

Por vezes, o debate fica dominado pela vida privada de cada um e este é um ponto que prejudica Newt Gingrich. O eleitorado conservador não é especial adepto de promessas eternas que são quebradas. E no caso do antigo Speaker, esta foi duas vezes.

Para a Europa, o assunto é menor, mas para muitos norte-americanos, fora de Nova Iorque e Califórnia, o entendimento não é bem assim.
CMC

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O "reganete"

Hoje, de madrugada, antes do sono se abater por completo, consegui resistir os minutos iniciais e ouvi a declaração inicial de Newt Gingrich, de que ele era um reganista nato, no sentido de comprovar que ele é o candidato conservador com mais créditos.

Já no anterior debate, Gingrich dissera o mesmo.

Nos EUA, é muito frequente cada candidato citar o seu exemplo de Presidente e, tendo sido personagens marcantes, como foi Ronald Reagan, procurar apoiar mais uns apoios nos nichos eleitorais que têm em consideração as opções que fazem com base nas suas referências.
CMC

Gingrich à defesa no último debate


O agora frontrunner à nomeação republicana, Newt Gingrich, jogou à defesa no debate de ontem à noite da Fox News. Embora Romney e Gingrich se tenham abstido de grande ataques, a vida política de Gingrich foi posta em causa pelos restantes candidatos, apontando erros e contradições que se podem revelar incómodos para este candidato.
Num debate morno, cada vez parece mais claro que esta é uma corrida a dois e que já não haverá tempo para que nenhum dos outros candidatos ganhe alguma tracção eleitoral na maioria dos estados que vão a votos. Os eleitores republicanos estão confrontados com a escolha entre dois candidatos que estão ainda longe de entusiasmar as bases, embora Romney seja claramente o favorito da máquina do partido.

Aqui ficam alguns links para análises do debate de ontem:

Filipe Ferreira

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O caminho da vitória continua a ser difícil

Negative views of U.S. President Barack Obama have hit an all-time high in a new public opinion poll.
The ABC News/Washington Post poll released Wednesday puts the president's "unfavorable" rating at 49 percent, while 48 percent view him favorably.

Os Republicanos estão a ter umas primárias muito mornas, sem candidatos marcantes, porém, se isso é uma ajuda para os Democratas, as sondagens indicam que o caminho de Obama não está facilitado, como a recente amostragem indica.

Obama terá de conquistar muito eleitorado, em especial nos swing states, sob pena de perder uma corrida, que não sendo fácil, dada a situação dos EUA, também não é tão complexa de ganhar, dado o estado Republicano.
CMC

New Hampshire, ponto de arranque de Romney?


Latest poll results: Romney, 38 percent; Gingrich, 20 percent; former Utah Governor Jon Huntsman, 13 percent; Texas Congressman Ron Paul, 8 percent; Minnesota Congressman Michelle Bachmann, 3 percent; businessman Herman Cain, 2 percent; Roemer, 2 percent; former Pennsylvania Senator Rick Santorum, 2 percent; Texas Governor Rick Perry, 1 percent; former New Mexico Governor Gary Johnson, 1 percent; and businessman Fred Karger, 0 percent.

Dentro de poucas horas (às 2 da manhã, hora de Lisboa) realiza-se o último debate, entre candidatos Republicanos, antes da eleição de dia 3 de Janeiro, no Iowa, que muitos já dão como certo para Newt Gingrich.

Um dos Estados emblemáticos de um bom arranque das primárias costuma ser o de New Hampshire, que se realiza uma semana depois da escolha do Iowa, ou seja, dia 10 de Janeiro.

De acordo com a sondagem de hoje, Romney tem uma folgada vantagem neste pequeno Estado do Este. Será este o ponto de partida de Mitt Romney? Veremos. Por enquanto, Gingrich vai avançando, sem grandes meios e financiamentos, quando comparado com Romney ou Perry.
CMC

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O fim da guerra no Iraque

Obama esteve hoje na Carolina do Norte, onde anunciou o fim da participação dos militares norte-americanos no Iraque, nove anos depois de terem estacionado as tropas no país então controlado por Saddam Hussein.

Ao longo deste tempo, serviram no Iraque 1,5 milhões de norte-americanos, dos quais 30 mil ficaram feridos e 4.500 morreram. São números impressionantes!

Obama teve na retirada das tropas do Iraque uma das suas promessas eleitorais de 2008, que hoje cumpre, pois neste Natal, como disse o Presidente dos EUA, os combatentes no Iraque já estarão em casa, junto dos seus.

Não concordo com a posição de Obama, pelo risco que representa para a estabilidade e desenvolvimento do Iraque e da região, como bem salientou, hoje, o Senador John McCain. Todavia, o ex-candidato Republicano à Casa Branca acaba por não completar o argumento da retirada total, que não é só política, mas também financeira. Os EUA encontram-se numa situação muito vulnerável e manter duas frentes, Iraque e Afeganistão, não são despesas fáceis de sustentar, quando o país atravessa uma crise que não tem fim à vista.

O Iraque não será um tema decisivo, como foi nas eleições de 2004 ou 2008, mas para milhares de norte-americanos, os que directa ou indirectamente estiveram associados a esta operação militar (e basta multiplicar por dois ou três - marido/mulher, filho, companheiro, etc), para perceber como esta guerra afectou milhões de norte-americanos. E um facto é objectivo: foi Obama que colocou um ponto final. E Obama tudo fará para capitalizar este feito, como começou hoje a fazer.
CMC

Romney: The only Republican who can beat Obama



A luta entre os principais candidatos à nomeação republicana continua a aquecer. Neste blog já referimos diversos videos de ataque, gaffes de campanha e mesmo a importância do humor na política dos EUA. Agora damos um exemplo da forma como a imprensa dos países anglo-saxónicos encara o jogo político. Nos EUA, como no Reino Unido, os principais jornais têm uma longa tradição de apoio a partidos e a candidatos políticos, assumindo com frontalidade a sua posição e explicando o porquê. O Washington Examiner revelou hoje que apoia Mitt Romney na sua campanha nestas primárias, indo mesmo ao ponto de afirmar que este é o único republicano capaz de derrotar Barack Obama. Este apoio pouco impacto terá no Iowa, mas parece estar em linha com uma estratégia de combate prolongado e de desgaste que Romney estará a utilizar contra Gingrich, potenciando assim a sua superioridade financeira.

Filipe Ferreira

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais um caso de campanha


Muito faladas nesta última semana foram as declarações de Newt Gingrich sobre a (in)existência do processo de paz no Médio Oriente e muito em particular sobre o povo palestiniano. Gingrich afirmou, sem rodeios, que os palestinianos são um "povo inventado".
Estas declarações levantaram logo uma enorme polémica, tendo suscitado muitas questões sobre a importância do lobby judaico na política norte-americana. Poucos dias depois destas declarações, surgiu na imprensa uma foto de Gingrich com Yasser Arafat. Mas mais importante que uma mera fotografia, que pode ser descontextualizada, a mesma fonte deu indicações extremamente precisas acerca do teor do encontro entre Gingrich e Arafat, referindo que Gingrich defendia um plano para a construção de um estado palestiniano. A procissão ainda vai no adro...

Filipe Ferreira

Tartarugas e lebres

Um cartoon muito feliz das primárias do GOP, via Máquina Política.
CMC

Estalou o verniz

Presaging a brutal final stretch before voting begins, Mitt Romney and Newt Gingrich traded mocking insults Monday that veered into the personal and made clear that any restraint between the two was all but gone.

Aproxima-se o caucus do Iowa, que se realiza precisamente dentro de três semanas, e os cumprimentos agrestes começam a surgir com mais frequência.

Ontem, Romney partiu para o ataque e desconsiderou a carreira de Gingrich, feita à custa da política e como a política lhe permitiu enriquecer. Por sua vez, Gingrich devolveu na mesma moeda e criticou o percurso de empresário de Romney, que causou desemprego.

O último debate ocorre na quinta-feira e veremos como decorrerá, pois Romney terá de procurar recuperar da gaffe cometida e Gingrich terá de continuar a manter o seu rumo.

Há ainda um factor não menos relevante, neste percurso: o Natal. Como católico, Gingrich pode beneficiar da quadra, face ao mórmon Romney.
CMC

P.S. - A ler este artigo do Nuno Gouveia, acerca do percurso de Newt Gingrich. Ao contrário do Nuno, e do gosto do Filipe Ferreira - apoiante de Romney -, penso que Gingrich é, neste momento, o nome mais forte a ganhar a nomeação.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A gaffe de Romney


O debate de sábado, a três semanas do caucus do Iowa, volta a ficar marcado por uma gaffe que pode comprometer seriamente a candidatura, desta feita, de Mitt Romney, quando este desafia, em directo, o Governador do Texas a fazer uma aposta de 10 mil dólares (por causa das políticas de Saúde), ao qual Perry, desta vez, saiu por cima, dizendo que as apostas não são o seu ramo de actividade.

Ainda mais grave, mas sem grande impacto no eleitorado norte-americano - como a aposta e a quantia exorbitante para o comum do norte-americano de Romney -,  é a posição de Newt Gingrich, de que os palestinianos são terroristas, dias depois de ter dito que os palestinianos são um povo "inventado", no tema da política externa.

Em suma, deste debate, verifica-se que a candidatura de Gingrich continua a progredir e a consolidar-se como a mais forte. E Romney nem teve cuidado com a sua indumentária, ao usar, no debate, uma gravata azul (cor dos Democratas), face aos seus companheiros, todos eles com uma gravata vermelha (cor dos Republicanos). Pequenos e inconscientes pormenores que mexem na simbologia do eleitorado.
CMC

sábado, 10 de dezembro de 2011

Newt Gingrich aposta num estilo clássico


Newt Gingrich aposta numa campanha com um estilo muito clássico. A sobriedade, da mensagem, som e imagem, procura transmitir uma candidatura serena e madura, algo que vai ao encontro do eleitorado republicano.
CMC

Continua o assalto a Gingrich



E assim continua o ataque de Romney a Gingrich... O debate na ABC será determinante para aferir da capacidade de Gingrich de enfrentar os seus adversários da posição de frontrunner. Embora as sondagens dêem a Newt Gingrich sólidas lideranças, parece-me que ainda tudo está em aberto nesta corrida às primárias republicanas.

Filipe Ferreira

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

“Gingrich creates theories, Mitt creates jobs”

Romney, como o Filipe disse, saiu do seu estado de hibernação. Gingrich é o seu grande adversário, isto se tivermos uma leitura de que Mitt Romney é o candidato favorito. De facto, ao longo de todo este período, de pré-campanha e campanha das primárias, o ex-Governador do Massachusetts, sempre foi o mais estável e, por isso, entendido como o mais forte.

Porém, como recentes leituras têm dado a entender, tanto no campo Republicano como no Democrata, Newt Gingrich é um político muito experiente, aliás, o mais experiente de todos os candidatos Republicanos. E não se pode desconsiderar uma velha raposa, como Gingrich, como hoje todos percebem.

Romney tem, portanto, de lançar uma ofensiva, que lhe permita recuperar credibilidade e a liderança na corrida, sob pena de falhar pela segunda vez. E este ataque pode, sem querer, ter um efeito perverso para o próprio Romney, isto é, reforçar ainda mais a candidatura de Gingrich. O tempo o dirá!

Desta equação da liderança é bom não descartar um candidato, que mesmo sem hipóteses de alcançar a vitória, desde logo pelos ideais que defende: Ron Paul. A sua candidatura pode contribuir para decidir o vencedor, pois serão milhares de votos desviados de alguma das candidaturas favoritas.
CMC

Romney ataca Gingrich


Parece que com este anúncio pago por apoiantes de Romney a campanha entre os dois favoritos republicanos vai aquecer. Num momento em que já não parece possível uma alteração de fundo nos candidatos mais fortes, parece sensato pensar que ou Romney ou Gingrich irão receber a nomeação republicana às presidenciais de 2012.
Como já tinhamos vindo a referir neste blog, Romney tem mantido ao longo da campanha uma postura mais conservadora e defensiva, evitando entrar em polémicas. Até este momento parecia que esta poderia ser a estratégia mais acertada. Romney tinha resistido muito bem à emergência e queda de diversos candidatos como Bachmann, Perry e Cain. Com o escândalo que arruinou a campanha de Cain assistimos à ascenção de um velho player republicano, Newt Gingrich, que no espaço de duas semanas tomou a liderança nas sondagens, não só para o Iowa, mas para os principais estados em disputa.
Este anúncio pode demonstrar uma mudança de atitude de Romney perante a campanha, mas também a assunção de que Gingrich é uma verdadeira ameaça. De sublinhar a tentativa de Romney colar Gingrich à estratégia de Obama e de o encostar ao establishment de Washington, temas sempre muito caros ao coração de qualquer republicano que se preze.

Filipe Ferreira

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Os Democratas incentivam o desgaste Republicano

Democrats have made it clear they have no plans of letting up on Mitt Romney. But they are hoping to help stretch the Republican nominating contest into a longer and bloodier battle

Quanto mais durar a campanha entre Republicanos, mais os Democratas beneficiam, até porque em decisões cruciais, como as primárias, as disputas internas costumam ser muito acesas e a identificação de fragilidades entre candidaturas são mais realçadas e, na recta final, usadas pelos adversários.

Como referi, os Republicanos quererão uma decisão tão cedo quanto possível, para apontar baterias a Obama. E se é possível Gingrich chegar a Fevereiro com o assunto arrumado, tudo dependerá da postura que Romney assumirá neste mês de Dezembro e nas primeiras semanas de Janeiro.

Outra das candidaturas, já nas ruas da agonia, é a de Rick Perry. Resta saber até onde o Governador do Texas irá, sendo bem provável que Janeiro determine o fim do seu sonho presidencial.
CMC

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

The new nationalism

And in 1910, Teddy Roosevelt came here to Osawatomie and he laid out his vision for what he called a New Nationalism. “Our country,” he said, “…means nothing unless it means the triumph of a real democracy…of an economic system under which each man shall be guaranteed the opportunity to show the best that there is in him.”


Ontem, Obama discursou em Osawatomie, no Estado do Kansas. Fez, provavelmente, aquele que pode ser considerado o seu discurso de arranque de campanha, ainda que o tenha feito na qualidade de Chefe de Estado. E fez, porque o seu discurso foi muito centrado no eleitorado tradicional Democrata. Por um lado, apelou à mobilização da classe média, referindo que a sua Administração tudo tem feito para que a classe média continue a ter as condições que merece, pois é o baluarte do desenvolvimento dos EUA. Por outro lado, e com a corrida Republicana a aquecer, e a preencher a agenda política, Obama procura encostar os Republicanos à margem, como a formação que defende a protecção dos mais ricos, que em termos de impostos, continuam a pagar menos que um trabalhador comum.

Como é tradicional na política norte-americana, o simbolismo tem grande destaque nos discursos determinantes e toda a intervenção de Obama está recheada de simbolismo. A sua nova causa, ou melhor, velha: New Nationalism, pois é do Republicano Theodore Roosevelt (Presidente entre 1901 e 1909), surge como a referência do momento. E Obama não o faz por acaso. Afirmando-se como o candidato central da eleição de 2012, até dá exemplos de candidatos Republicanos (Dwight Eisenhower também foi citado, mais pelo facto de ser um filho do Kansas, onde estava ontem), Obama resgata as críticas feitas na época a Teddy Roosevelt, de ser um socialista e/ou comunista, algo de que Obama é visado nos EUA, mas que, na leitura de Obama, foram políticas adequadas para a melhoria de condições de milhões de americanos. 

Não deixa de ser curioso que é um candidato Democrata a apelar ao "novo nacionalismo", algo impensável usar no léxico político europeu por um candidato da direita democrática, quanto mais de um candidato de esquerda.
CMC

Nova estratégia para Mitt Romney?


O Carlos Manuel Castro e o Nuno Gouveia já tinham referido que com a meteórica subida de Newt Gingrich, não só no Iowa, mas também nas sondagens nacionais, Mitt Romney teria de entrar no combate político de uma forma mais agressiva, deixando cair a postura mais sóbria e senatorial. O site Politico vem corroborar esta leitura, revelando que esta é uma questão que tem sido alvo de atenção por parte da equipa de estrategistas de Romney. Preparando-se para uma campanha dura e longa, Romney vai apostar no aumento da recolha de fundos e na aumento da sua exposição mediática. Definitivamente, Romney terá de agir rapidamente para cortar o momentum da quase certa vitória de Gingrich no Iowa.

Filipe Ferreira

Perry investe 1 milhão

Rick Perry buys $1 million TV time over 3 weeks in Iowa

Perry a dar tudo por tudo. Penso que já chega tarde, fruto de uma campanha mal estruturada.
CMC

Gingrich mais perto de defrontar Obama

Gingrich leads by a wide margin in Iowa, the first state to vote on Jan. 3, and South Carolina, the first state to vote in the South. In Florida, the biggest January prize, one recent poll puts him ahead by a runaway margin. In the key primary that follows Iowa, New Hampshire, the former House speaker is lodged in second place.

The Gingrich momentum is captured in national polls as well.

Newt Gingrich surge, agora, como o mais forte candidato, tanto no Norte como no Sul. Nem mesmo Perry, que colhe mais entusiasmo no Sul, conta com tantos apoios actualmente como Gingrich.

Provavelmente, se Gingrich ganhar os primeiros Estados, e o grande Estado da Florida pode ser a sua coroa de glória, a sua corrida à Casa Branca pode estar consagrada em Fevereiro. O que também é do interesse Republicano, pois quanto mais cedo tiver despachado o processo interno, mais depressa se preparará para o combate com Obama.

Agora, Romney terá de fazer o que ainda não quis assumir, uma postura mais arrojada e de ataque, como pretendem elementos da sua campanha. Isto, claro está, se quiser contrariar o cenário actual.
CMC

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Gingrich lidera no Iowa


O Washington Post conduziu uma sondagem entre 30 de Novembro e 4 de Dezembro em que o nome de Newt Gingrich aparece destacado na liderança das intenções de voto dos republicanos no Iowa, afastando-se assim de Mitt Romney, que se coloca na segunda posição com apenas 18%, o mesmo valor que Ron Paul. Parece claro que este estado, pelos seus valores conservadores, seria sempre pouco favorável a Mitt Romney, mas este pode correr o risco de Gingrich ganhar momentum e arrancar para uma campanha mais competitiva. Relembro aqui as primárias de 2008 em que Giuliani era favorito mas foi John McCain que foi o escolhido devido à sua estratégia de aposta nas primeiras primárias.

Filipe Ferreira

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Há razões para sorrir... por enquanto

O post do Filipe é esclarecedor quanto ao estado anímico dos Republicanos, nestas primárias, perante os grandes favoritos a triunfar - Romney Gingrich: são os possíveis.

Face a estas candidaturas, e no presente momento, com esta situação, Obama tem razões sorrir, pois o GOP tem candidaturas fracas e pouco galvanizadoras. Porém, há factores que podem surgir e não são menores. Falta muito tempo para a eleição de 6 de Novembro.

Em primeiro, a questão económica, determinante. Como a eleição de Bush pai, face a Bill Clinton, em 1992, ensina.

Em segundo, a forma como irá decorrer a campanha republicana e a escolha do Vice-Presidente, pode ser um trunfo (ou um fardo, como Sarah Palin). Ao mesmo tempo que a campanha de Obama não pode cometer erros nem dar trunfos ao oponente.

Em terceiro, o grau de envolvimento e animosidade do eleitorado Republicano, em parte estimulado pelo Tea Party. Não há campo mais próprio para somar do que a união no descontentamento, mesmo sem projecto. Os Republicanos podem fazer, mais do que o seu candidato, a campanha anti-Obama a grande causa da campanha. E esta é uma realidade a não descartar.
CMC

"Newt and Mitt acceptable enough"


Este título, gentilmente copiado do Politico, mostra a angústia vivida pelos eleitores republicanos neste período pré-eleitoral. A Gallup fez um estudo de opinião em que Mitt Romney e Newt Gingrich aparecem destacados na dianteira como os mais aceitáveis candidatos presidenciais. Embora estes dados estejam em linha com as análises já efectuadas neste blog, os números de rejeição destes mesmos candidatos ainda se apresentam muito altos (34% para Gingrich e 41% para Romney). O escolhido como candidato do GOP para defrontar Barack Obama vai ter muito trabalho a unir o partido, o que vem dar ainda mais importância à escolha do respectivo vice-presidente. O fantasma de Sarah Palin paira no ar.

Filipe Ferreira

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cain suspende campanha



Escândalo atrás de escândalo nas últimas semanas foram uma pressão forte demais para Herman Cain continuar na sua candidatura às primárias republicanas. As acusações de assédio sexual e os flip flops de Cain nas explicações aos media não deixaram grande margem ao até então wonder boy da ala mais conservadora do GOP. O New York Times avança que Cain irá apoiar um outro candidato, prevendo-se que este apoio seja dado a Newt Gingrich, o novo anti-Romney. Este apoio poderá ser um dos últimos trunfos dos sectores mais à direita para travar a máquina eleitoral montada por Mitt Romney.

Filipe Ferreira

Cain irá desistir?

Herman Cain to make 'major announcement' about campaign

Herman Cain foi uma das grandes surpresas das primárias Republicanas. Durante umas semanas, o magnata das pizzarias chegou a liderar as sondagens, porém a sua liderança representou o aparecimento de escândalos relacionados com a sua pretensa gula sexual (o sexo, como sempre!) - segundo a candidatura de Cain, a equipa de Rick Perry trabalhou nessas montagens.

Hoje, Cain já não tem a condição de favorito, como há cerca de um mês, e hoje à tarde fará uma grande intervenção. Equaciona-se quanto à sua desistência da corrida.

Cain conseguiu em poucos meses atingir um patamar de popularidade impressionante, beneficiando a sua cadeia de restaurantes, assim como vender muitos livros da sua autoria, quando no início da campanha, era um candidato com pouquíssimos apoios.

O facto de ser negro, o que chegou a ser visto como o Obama Republicano, e o seu ar afável passa bem, mas como sempre, a dimensão moral, determinante nos EUA, debilitou um homem com uma carreira profissional construída com o seu pulso.   

A saber, dentro de uma horas, o que dirá aquele que por umas semanas sonhou confrontar Obama.
CMC

A união dos Democratas

Bill Clinton joins Obama to champion Washington energy saving strategy

Mais um sinal da unidade da família Democrata, apesar de haver sempre alguns pruridos (como o livro - "Back to Work" - lançado há poucas semanas por Clinton, interpretado por alguns como uma crítica à liderança económica de Obama).
Todos os passos estão a ser dados com dois objectivos concretos: fazer crescer a economia e criar mais postos de trabalho.

E, a questão energética deve ser um dos grandes temas de divisão entre Democratas e Republicanos, como tem sido, com os Democratas mais apostados nas energias renováveis (uma marca indelével de Al Gore) e os Republicanos mais centrados nos ganhos económicos, do que nos ambientais.
CMC

Candidato Presidencial Republicano precisa-se...


O Weekly Standard fez uma pequena peça humoristica com o perfil dos candidatos republicanos à presidência. O humor sempre desempenhou um importante papel na arena política dos EUA, muitas vezes ajudando a construir uma imagem de um candidato, pela positiva ou pela negativa. Quem não se lembra da forma como Sarah Palin foi "destruída", dia após dia, no SNL.
Este anúncio a procurar um candidato republicano é interessante porque nos revela um pouco daquele que é o estado de espírito dos americanos em relação a estes candidatos. Por mais qualidades que estes tenham, o eleitorado não se sente satisfeito com este leque de escolhas. Se por um lado Romney continua a ser o favorito, mantendo sempre uma média acima dos 20%, por outro lado não cativa a alma do eleitorado do GOP.
Vamos esperar para ver como a campanha evolui...

Filipe Ferreira



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma capa vale mil palavras?


Filipe Ferreira

Mitt Romney ataca Newt Gingrich


Era inevitável...
Com o aproximar das primárias republicanas, a intensidade da luta política tinha de aumentar e desta vez Mitt Romney não teve meias palavras. Cada vez mais me parece que estas primárias se converteram num jogo de todos contra Romney. Depois de Bachmann, Perry e Cain, agora chegou a vez de Newt Gingrich. Depois de meses sem descolar nas sondagens, o colapso da campanha de Cain motivou uma transferência do eleitorado mais conservador na direcção do ex-Speaker.
O principal estratega republicano no combate político à administração Clinton passou de candidato menor a principal challenger de Mitt Romney. Esta aproximação levou a uma inflexão da estratégia (mais outra...) de Romney, priveligiando agora uma abordagem mais directa e incisiva, questionando o passado político do seu oponente.
Este ataque de Romney tenta encostar Gingrich ao establishment de Washington, acusando-o de não ter qualquer experiência fora da vida política, enquanto que o próprio se assume como um business man capaz de criar os milhões de empregos de que os americanos precisam.
Qualquer que seja a resposta de Gingrich, a coisa promete.

Filipe Ferreira



Desce o desemprego nos EUA


Uma boa notícia para Obama. Porém, até Novembro de 2012 deverão ocorrer várias oscilações e todas servirão para os candidatos usarem como trunfo eleitoral.
CMC

"Obama: o Messias está em apuros"

Quando Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos, poucos anteveriam um mandato tão turbulento e difícil. Uma figura transformacional e carismática que parecia destinada a mudar para sempre a face da América e do Mundo, desfigurado no papel de um mero político em apuros. Mas, a um ano das eleições presidenciais, todos os sinais apontam para o sério risco de Obama ser um Presidente de um só mandato. O especialista eleitoral Nate Silver, do New York Times, afirmou recentemente que as suas hipóteses de vitória são de 50 por cento, e esta é uma das análises mais optimistas que tenho lido.

Apesar de não concordar com parte da análise - a começar pelo título -, é merecedor de leitura este bom artigo do Nuno Gouveia, no blog do Expresso, a propósito das presidenciais norte-americanas.

Em próximos posts apresentarei as interpretações divergentes do Nuno, quando abordar o mandato e candidatura de Obama.
CMC

Perry a tentar transformar a fraqueza em força

Nem de propósito, ontem referi a gaffe de Rick Perry e sai um spot do candidato, a procurar fazer da fraqueza força, ou seja, a gaffe passa a ser o instrumento que procura valorizar o candidato.

Imagem simples e postura humilde, como se estivesse numa conversa de amigos, com uma camisa a condizer, para a mensagem ser o mais informal possível. Assume-se como um candidato sem grande habilidade para os debates, um dos seus pontos fracos e que o torna bastante vulnerável. Depois, Perry termina empregando um discurso com uma mensagem semelhante à de Obama há quatro anos: escolham-me, se querem limpar o sistema de Washington.

CMC

Change is...


E ao segundo dia chegamos ao lado Democrata...
Quem não se lembra da campanha de 2008, onde o então underdog Barack Obama inflamava multidões e a cada dia que passava encostava Hillary Clinton, primeiro, e John McCain, depois, a uma imagem gasta e ultrapassada?
Essa espantosa retórica era suportada por slogans, hoje clássicos, como Yes we can ou Change we can believe in.  Com a campanha a arrancar com o início das primárias republicanas, os Democratas começam a aquecer a sua máquina eleitoral e o próprio Barack Obama começa a entrar em modo de campanha.
Aqui ficam alguns exemplos desta nova fórmula. Será que veio para ficar?
- "Change is the decision we made to rescue the auto company from collapse, even when some politicians were saying we should let Detroit go bankrupt."
- "Change is health care reform that we passed after a century of trying."
- "Change is the decision we made to stop waiting for Congress to do something about our addiction to oil and finally raise fuel-efficiency standards for the first time in 30 years."

Filipe Ferreira

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A importância do Iowa

Last week, word circulated among some social conservatives in Iowa that Huckabee might endorse Romney ahead of the Iowa caucuses. The rumor was influenced in part by Huckabee's kind treatment of Romney when the former Massachusetts governor recently visited his Fox News show, and other nice comments the former Arkansas governor made about his onetime rival. Huckabee has, for instance, defended Romney against tea party criticism that he's not the right nominee and his stance on abortion.

O Filipe já abordara, num post anterior, a importância do Estado do Iowa, para a afirmação de uma candidatura vencedora, neste caso a de Mitt Romney. De facto, o Iowa, um dos swing states, tem-se revelado, nos últimos anos, um Estado central, para quem quer conquistar a Casa Branca. Basta recordar como em 2004 era um dos principais "alvos" de Karl Rove, para George W. Bush ganhar a reeleição, na disputa com John Kerry.

Por outro lado, veremos qual o papel de Mike Huckabee, uma das grandes surpresas das últimas primárias do Partido Republicano. Um nome que bem deverá aparecer mais vezes nas primárias dos Republicanos.
CMC

A morte do artista


Rick Perry, Governador do Texas, surgiu nas primárias do Partido Republicano com grande popularidade, mesmo antes de ter assumido a participação na corrida. Porém, por vários erros, o primeiro dos quais o facto de destacar constantemente, nos debates nacionais, as políticas do Texas - excluindo, assim, de modo subjectivo, os restantes 49 Estados dos EUA - teve o seu péssimo impacto, quando num debate, há poucas semanas, não conseguiu enumerar quais as agências que pretende extinguir.

Trata-se de um erro comum, para o comum dos mortais, mas inadmissível para quem se apresenta perante as pessoas e uma eleição tão relevante, como as presidenciais norte-americanas.

A "branca" de Perry pode dar a qualquer candidato, em especial quando lida com muita informação e está em directo, mas pode ter representado o fim do seu sonho presidencial, por demonstrar, na crua e implacável análise pública, uma falta de orientação para lidar com os desafios que tem. 

Em Janeiro, teremos uma noção mais concreta, após as primeiras eleições, mas a oportunidade de Perry triunfar parece, agora, muito remota.

CMC   

Romney aposta no Iowa


O frontrunner republicano, Mitt Romney, mudou de estratégia e decidiu apostar numa vitória no caucus do Iowa. Este estado, tradicionalmente alinhado com as ideias do conservadorismo social e desconfiado de candidatos mais mainstream, vai ser palco de uma interessante batalha política.
Se até aqui Romney mantinha as expectativas baixas, não alocando muitos recursos para a campanha, agora tudo mudou. Um dos pesos pesados do GOP e seu apoiante, Chris Christie (Governador de NJ) fará campanha na semana de 7 de Dezembro e já esta sexta-feira a campanha de Mitt Romney lançará o seu primeiro anúncio televisivo neste estado.
Com esta aposta num estado particularmente dificil para si, Romney tenta uma vitória rápida nas primeiros estados das primárias para tentar diminuir o espaço político dos seus adversários mais conservadores. A ver vamos se esta estratégia terá êxito.
Filipe Ferreira

We the people of this blog

As próximas eleições norte-americanas não terão o mesmo impacto mediático que as de 2008, quando o efeito Obama contagiou o mundo e todos os cantos do globo seguiram a par e passo o que se passava na América. Muito mudou deste então.

De qualquer forma, os EUA continuam a ser a grande potência e uma das maiores e mais admiráveis democracias do mundo. Isto, só por si, já nos bastaria para abrir este espaço. Todavia, e muito mais do que isso, queremos, ao longo dos próximos 11 meses, período de vida deste blog, acompanhar a campanha e vida política norte-americana, pois muito do que se passa e decide na terra do Tio Sam tem impacto global.

Da política estrutural aos fait divers, das campanhas às gaffes, dos debates às sondagens, tudo terá aqui lugar para tratamento e aqui deverá ser abordado sempre com respeito e elevação.

As leituras que aqui apresentarmos vinculam, como é óbvio, os seus autores, que não negam as suas opções e simpatias: um é Republicano e o outro é Democrata.

Filipe Ferreira e Carlos Manuel Castro